Devemos estar cientes do problema carcerário no Brasil e no mundo. Analisando o assunto, podemos discutir algumas idéias:
Desde o principio dos tempos o homem vem combatendo o mal com o mal, usando métodos para penalizar e corrigir, que surtem poucos efeitos, ou na pior das hipóteses, modifica a conduta, e tráz problemas psicológicos e sociais. O desinteresse e o descaso vem agravando a situação, formando uma bola de neve. A utilização desses métodos, sempre leva aos mesmos resultados. Nada satisfatórios. Portanto, devemos repensar os métodos utilizados e tratar o fato com a seriedade que merece, para não sermos vítimas de nosso próprio veneno.
Ninguém nasce assaltante ou assassino. A grande maioria é fruto de nossa própria sociedade. Trate uma pessoa como um ser humano e ela responderá como um ser humano. Trate um ser humano como um animal e ele responderá como um animal.
Dizendo francamente, que perspectiva uma pessoa pode ter dentro de uma cadeia na atualidade? Qual o incentivo ou motivo, poderia fazer com que um indivíduo pensasse de forma diferente, salvo raras exceções? O que é cultivado em uma cadeia a não ser o ódio, medo, vergonha, violência e revolta.. Comparando a uma pessoa de classe média baixa, é muito mais caro morar dentro de uma penitenciária, do que em uma cidade qualquer. O preso pobre sofre muito, não se referindo ao conforto, mas às injustiças e discriminações.
Os Estados vivem se queixando de terem poucos recursos, mas o país no todo insiste no processo de privatização. Vender tudo que têm para pagar juros. Se fosse um negócio ruim, incapaz de gerar lucro, ninguém compraria. Mas ao contrário, quando o governo anuncia alguma privatização, o interesse, principalmente de empresários internacionais é geral. Com isso o governo assina sua própria sentença, reconhecendo ser incompetente para administrar as empresas de patrimônio público.
Se o Estado é pobre e não tem como andar com as próprias pernas, cria-se mais impostos a serem cobrados de todos os cidadãos.
Nessa mesma linha de raciocínio, por que não pensar que uma penitenciária, ao em vez de custar aos cofres públicos, poderia gerar lucro ao Estado, a sociedade e principalmente aos próprios detentos.
Em uma penitenciária existe muito potencial humano, mão de obra e principalmente exclusividade para se dedicar e aperfeiçoar em qualquer espécie de trabalho. Se as prisões se tornassem empresas ou indústrias, todos ganhariam. O Estado, ao em vez de ter custo, iria ter lucro. A sociedade teria acesso a produtos de qualidade, à preços bem mais acessíveis. O detento ganharia um salário digno com a função, iria se profissionalizar, teria recursos para fazer um pé de meia e sustentar sua família.
Vamos imaginar o seguinte: Um jovem de 19 anos é preso por assalto a mão armada e não é primário. Nesta situação é condenado a cumprir uma determinada pena. Esse rapaz tem somente a quarta série primaria.
Entra hoje para cumprir sua sentença. Ao final de sua pena, o jovem, que entrou como assaltante, sai graduado em engenharia ou advocacia. A universidade mantida dentro da cadeia é uma das mais respeitadas no país, devido a sua qualidade no ensino. O jovem estudou e profissionalizou , agora, existe um grande horizonte a sua frente. Enxerga e entende as coisas de maneira diferente do que quando entrou na penitenciária. Sonhei muito alto? Acho que não.
Mas alguém pode argumentar descontente: Se os jovens que estão fora da cadeia não têm acesso ao estudo, como querer que os presos estudem? O que posso dizer é que tanto os jovens que não estão presos, quanto aos que foram infelizes e estão, têm o direito de almejarem um futuro melhor. E a única forma que um pobre tem de sonhar com um futuro melhor é estudando.
Soluções para os problemas existem e o dinheiro também. O que falta é boa vontade. O ladrão que mais prejudica a sociedade, de uma forma geral, não é quem rouba com o revólver, mas sim, aquele que rouba com a caneta. Não se pode viver feliz sozinho, é necessário que as pessoas que estão a nossa volta sintam-se bem. Devemos nos comprometer uns com os outros. Todos as pessoas estão sujeitas a erros. O ódio e a mágoa de quem nos faz o mal só faz crescer o mal. A cadeia deve ser um local que auxilia a recuperação dos seres humanos, fazendo-os refletir sobre os seus erros, desenvolver suas aptidões, e crescer espiritualmente. O castigo nunca deve vir com a intenção de humilhar, ridicularizar, mas sempre com a intenção de orientar.
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